Igreja Matriz da Freguesia

Templo de origem românica, remodelado durante o século XVI, é constituído por três naves divididas por seis colunas cilindricas, sendo o seu orago São Pelágio. De acordo com o Dicionário Corográfico de Portugal Continental e Insular, de Américo Costa, a igreja possui um campanário “assente sobre parte da torre de um castelo medievo que, segundo o General João de Almeida, foi construído por D. Sancho I quando os moradores de Caria-a-Velha vieram fundar a actual povoação da Rua”. No interior do templo, ao fundo, do lado da torre, encontra-se a Capela fundada por Pedro Rebelo, tal como se pode verificar na lápide, onde se lê:
ESTA CAPELA MANDOU
FAZER PE REBELO
THE�LOGO VIGRO
DESTA IGREJA TEM T
RES MISAS CADA SO
MANA PARA SEMPRE
1625
A capela-mor possui abóbada em caixotões com pinturas, bem como o cadeiral da antiga colegiada. O altar e a tribuna são de boa talha renascentista.

Vila da Rua no concelho de Moimenta da Beira

Castanheiro da Romaria

Existe em Vila da Rua um castanheiro extraordinário. Tem entre 700 a 800 anos de idade e é considerado o espécime de Castanea sativa com o tronco de maior diâmetro do mundo, sendo necessários cerca de 15 homens para o abraçar. Atendendo aos vestígios de um muro que o circunda, far-se-ia outrora uma romaria em seu redor.

Pelourinho

Considerado como monumento nacional pelo Decreto de Lei 2.167, de 24 de Dezembro de 1925, o Pelourinho da Vila da Rua é um Pelourinho Manuelino do século XVI com soco de 6 degraus, composto por um capitel quadrangular com 4 cabeças coroadas cantonais e 4 rosetas nas faces. Alargando em mesa a base do remate, uma moldura de listeis de cujos cantos salientes se elevam 4 pináculos em pirâmide, de 3 registos de decoração com pequenas esferas e duplos listeis salientes rematados com forões. No centro outro pináculo esculpido nas 4 faces.

Brasão

Escudo: Escudo em ouro.
Coroa Mural: Coroa mural de prata de três torres, representa freguesia sediada em aldeia.
Listel: Listel branco, com legenda a negro: "Rua - Moimenta da Beira".
Alfange e Gládio: Em chefe e à dextra, uma alfanje voltada e à sinistra um gládio, tudo de verde, realçado de negro. Representam a antiguidade do povoamento do território.
Fonte de Mergulho: Fonte de mergulho de vermelho, lavrada e realçada de negro, jorrando água de sua cor, por duas bicas. Representa a fonte que pertencia ao antigo convento de S. Francisco e a monumentalidade da freguesia.

Descritivo Histórico


Situada num vale que beija de um lado os pés da Serra da Nave e do outro os da Serra da Lapa e incrustada nas fraldas das" terras do demo ", assim baptizadas por Aquilino Ribeiro, Rua ou Vila da Rua, é uma aldeia beirã de nobres e antiquíssimas tradições, que deixa correr as suas águas para o Távora que lhe fica perto.

Trata-se de uma freguesia pertencente ao concelho e comarca de Moimenta da Beira, que se encontra à distância de 6 Km. Quem desta Vila se dirige para a Guarda, através da estrada nacional N° 226, pisará o solo de Vila da Rua ao quilómetro 52. Esta estrada, que substituiu a antiga via romana, que de Lamego conduzia a Trancoso e Almeida, corta precisamente ao meio a sede de freguesia que é constituída por mais quatro povoações: Prados de Baixo e de Cima, Vide e Granja de Oleiros, além do bairro de São Silvestre de recente construção.

Rua é o topónimo atribuído mais recentemente à antiga Caria de Jusã(Caria de Baixo), situada naturalmente ao lado de Caria de Susã (Caria de Cima), que ainda hoje mantém no nome primitivo de Caria. Estas duas Carias, sendo embora anteriores à formação da nacionalidade, terão nascido das cinzas de uma outra Caria -Caria a Velha -a que Viterbo faz referência.
Sabe-se que o concelho de Caria existia já no século XIII, porque é citado nas Inquirições de D. Dinis, de 1258. Na primeira metade do século XIX, Caria e Rua constituem um só concelho que foi extinto em 1855, ficando estas freguesias a pertencer a Sernancelhe até 1896, data em que foram anexadas a Moimenta da Beira, dando a este concelho os limites geográficos que hoje possui.

Como provas inequívocas de antiga sede municipal, existem ainda, na Vila da Rua, a cadeia e os paços do concelho, hoje propriedade particular, e, ainda, o artístico, antigo e imponente pelourinho. Alto, com um lindo pináculo gótico e um avantajado fuste que se levanta do centro de uma escadaria poligonal, está merecidamente incluído no número dos monumentos nacionais. Mas, para além destes valores patrimoniais, há nesta terra outros locais dignos de recordação e de visita.

A igreja paroquial de evidente origem românica, foi completamente remodelada no século XVI. A capela-mor tem abóbada em caixotões com pinturas. O altar e.a tribuna são de boa talha renascentista. O corpo da igreja é constituído por três naves divididas por seis colunas cilíndricas. O orago é S. Pelágio. Além da igreja paroquial, tem esta freguesia várias capelas: a de S. Silvestre e S. António, na Vila da Rua; a de S. Domingos, nos Prados de Cima; a de N S. do Loreto, nos Prados de Baixo; a do Espírito Santo, em Vide; a da Santíssima Trindade, hoje dedicada a N S. de Fátima, na Granja dos Oleiros; duas de N S. da Conceição, sendo uma na Quinta do Ribeiro e outra na Quinta da Boavista.

Na Quinta do Ribeiro, hoje IFEC(Instituto de Formação e Educação Cooperativa) -Fundação Rodrigues Silveira -foi criada a Escola Profissional Tecnológica e Agrária de Moimenta da Beira, que é frequentada por alunos oriundos, não só da região, mas também de outros recantos do país. Nesta bela Quinta, que dispõe de óptimas condições a rentabilizar no âmbito do turismo, existem ainda as ruínas de um antigo convento de S. Francisco que deveria merecer a atenção das entidades responsáveis pela conservação do património.